Morning Chronicle - O ano 2024 em 12 acontecimentos marcantes no mundo

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O ano 2024 em 12 acontecimentos marcantes no mundo
O ano 2024 em 12 acontecimentos marcantes no mundo / foto: Peter Zay - AFP/Arquivos

O ano 2024 em 12 acontecimentos marcantes no mundo

Vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, a guerra no Oriente Médio ou os Jogos Olímpicos de Paris: estes são os 12 acontecimentos que marcaram o ano de 2024.

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- Guerra no Oriente Médio -

Israel prossegue sua ofensiva militar contra o Hamas na Faixa de Gaza, em represália ao ataque sem precedentes do movimento islamista palestino de 7 de outubro de 2023 em território israelense, que deixou 1.207 mortos do lado israelense, a maioria civis, e 251 reféns levados à Gaza.

Vários dirigentes do Hamas morreram, sobretudo seu líder Ismail Haniyeh, em 31 de julho, em Teerã, em uma explosão atribuída a Israel, e seu sucessor Yahya Sinwar, morto em Gaza em 16 de outubro por soldados israelenses.

A ofensiva de Israel ultrapassou os 44.000 mortos em Gaza até o final de novembro, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas, que a ONU considera confiáveis.

As negociações de cessar-fogo não tiveram êxito e o território — onde quase 100 reféns permanecem cativos, 34 deles declarados mortos pelo Exército israelense — está assolado em uma grave crise humanitária.

No Líbano, por outro lado, Israel concordou no final de novembro, com a mediação de Estados Unidos e França, com uma trégua com o movimento pró-iraniano Hezbollah, que em 8 de outubro de 2023 começou a disparar projéteis contra o norte do território israelense em solidariedade ao Hamas.

O cessar-fogo chega após dois meses de guerra, nos quais Israel realizou uma campanha maciça de bombardeios aéreos contra o sul do Líbano e o sul de Beirute, redutos do Hezbollah, bem como contra alvos no leste e no norte do país. Paralelamente, o Exército israelense lançou uma ofensiva terrestre no sul do Líbano desde 30 de setembro contra o Hezbollah, um aliado do Irã.

Em represália às mortes do chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em um bombardeio em Beirute, em 27 de setembro, e de Ismail Haniyeh, o Irã lançou em 1º de outubro 200 mísseis contra Israel, que em resposta atacou instalações militares iranianas em 26 de outubro, suscitando a ameaça de um conflito regional.

Segundo o Ministério da Saúde libanês, mais de 3.700 pessoas foram mortas no Líbano desde outubro de 2023. Do lado israelense, 82 soldados e 47 civis morreram na guerra contra o Hezbollah, segundo dados oficiais.

- O retorno de Donald Trump -

Apesar de ser retratado por seus opositores como um perigo para a democracia, Donald Trump obteve uma vitória contundente em 5 de novembro sobre a democrata Kamala Harris, que entrou na disputa após a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Embora as pesquisas previssem um resultado apertado, Trump venceu nos sete estados considerados os mais disputados e é, de acordo com resultados quase definitivos, o primeiro republicano a ganhar o voto popular em 20 anos. Ele também controla as duas câmaras do Congresso.

O magnata de 78 anos, cuja campanha foi marcada por duas tentativas de assassinato contra ele, quatro acusações judiciais, uma condenação criminal e o apoio do bilionário Elon Musk, tomará posse em 20 de janeiro.

- Escalada internacional da guerra na Ucrânia -

Após sua contraofensiva mal-sucedida em 2023, a Ucrânia — invadida pela Rússia de Vladimir Putin em 24 de fevereiro de 2022 — lançou um ataque surpresa na região da fronteira russa de Kursk.

Mas essa aposta ousada, que buscava forçar Moscou a desviar suas tropas do leste ucraniano, parece ter fracassado.

A Rússia respondeu com ataques mortais, colocando as forças ucranianas, em menor número e com menos armas que os russos, sob pressão, especialmente na frente oriental no Donbass. A Coreia do Sul, juntamente à Ucrânia e ao Ocidente, revelou a presença de soldados norte-coreanos apoiando as forças russas.

Kiev utilizou mísseis de longo alcance americanos e britânicos contra o território russo pela primeira vez em novembro, após obter o aval de Washington e Londres.

A Rússia respondeu atacando a Ucrânia com um míssil balístico hipersônico de médio alcance de última geração, sem ogiva nuclear, e prometeu intensificar esses ataques se Kiev continuar atacando a Rússia com mísseis ocidentais.

Putin também ameaçou bombardear os países que fornecem este armamento à Ucrânia, citando o possível uso de armas nucleares.

- Repressão na Rússia -

Vladimir Putin iniciou seu quinto mandato na Rússia em maio, após vencer uma eleição presidencial que o Ocidente denunciou como uma paródia da democracia.

Seu principal opositor, Alexei Navalny, morreu em fevereiro sob circunstâncias obscuras na prisão no Ártico, onde cumpria uma longa pena por "extremismo".

Em 1º de agosto, os países ocidentais e a Rússia realizaram a maior troca de prisioneiros desde o fim da Guerra Fria, incluindo o jornalista americano Evan Gershkovich e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, ambos libertados por Moscou.

Desde então, a repressão dos opositores à guerra na Ucrânia não cessou, com inúmeros processos por "sabotagem", "traição" ou "terrorismo" que terminaram com penas severas.

- Paris, uma festa olímpica -

Os Jogos Olímpicos de Paris foram uma pausa agradável nas celebrações durante o verão no hemisfério norte, com sua espetacular cerimônia de abertura no rio Sena e o retorno de Céline Dion interpretando entre lágrimas a canção Hymne à l'amour, os cartões-postais (como a quadra do vôlei de praia sob a Torre Eiffel, os passeios a cavalo no Palácio de Versalhes) ou o seu famoso caldeirão iluminado.

Os eventos esportivos emocionaram o público e coroaram atletas como o francês Léon Marchand, a americana Katie Ledecky ou o brasileiro Gabriel dos Santos Araújo (atleta paralímpico) na natação, a ginasta americana Simone Biles ou o sueco do salto com vara Armand Duplantis.

- Seca e incêndios na América do Sul -

Uma seca histórica que os especialistas associam à mudança climática gerou um recorde de mais de 400.000 incêndios na América do Sul em 2024.

No Brasil, ecossistemas como a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado foram os mais atingidos, tendo mais de 234.000 focos até outubro, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

As chamas devastaram mais de 22 milhões de hectares entre janeiro e setembro, 150% a mais que no mesmo período do ano passado, segundo o órgão de monitoramento MapBiomas.

A fumaça dos incêndios atingiu as principais cidades brasileiras, chegando até Buenos Aires e Montevidéu com o fenômeno conhecido como "chuva negra".

A Bolívia também foi muito afetada, com 7,2 milhões de hectares destruídos apenas na província de Santa Cruz, quase o dobro do ano anterior, segundo o governo.

Além dos incêndios que atingiram Bogotá e Quito, a Colômbia e o Equador sofreram uma seca que levou a longos períodos de cortes de energia e racionamento de água.

Segundo as autoridades, alguns dos incêndios deste ano também foram criminosos. O pior deles foi o de fevereiro, em Viña del Mar, no Chile, que causou a morte de 137 pessoas e destruiu milhares de casas.

- Inundações mortais -

As ondas de calor causadas pela mudança climática continuaram, com o seu rastro de altas temperaturas, secas e inundações mortais.

O sul e o leste da Espanha sofreram enchentes devastadoras, sobretudo a região de Valência, onde 219 pessoas morreram.

No Brasil, pelo menos oito pessoas foram mortas nas tempestades que atingiram partes do centro e sudeste do país em outubro.

Em meados de novembro, a tempestade tropical Sara deixou dois mortos em Honduras e outros dois na Nicarágua, e uma onda de destruição em outras partes da América Central.

Um setembro anormalmente quente coincidiu com chuvas extremas e inundações em todo o mundo: a tempestade Boris atingiu a Europa Central, o furacão Helena alcançou o sudeste dos Estados Unidos e os supertufões Yagi (Vietnã, Laos, Tailândia, Mianmar) e Bebinca causaram estragos na Ásia.

- Desaceleração da China -

A China lançou uma série de medidas nas últimas semanas do ano para apoiar o crescimento, incluindo a redução das taxas de juros oficiais e o aumento do limite de endividamento das autoridades locais.

A segunda maior economia do mundo viu o seu crescimento ser prejudicado por uma crise imobiliária e pelo fraco consumo interno.

Também enfrenta disputas comerciais acirradas com EUA e União Europeia, depois de acentuados aumentos nas tarifas americanas sobre veículos elétricos, baterias e painéis solares chineses no final de setembro, enquanto Bruxelas impôs tributos aos automóveis elétricos chineses.

Pequim respondeu com "medidas antidumping temporárias" contra bebidas alcoólicas europeias, incluindo o conhaque francês.

- Auge da extrema direita europeia -

As eleições europeias de junho confirmaram um avanço da direita nacionalista e radical na França, Alemanha, Bélgica, Áustria, Países Baixos e Itália.

Na Áustria, o Parlamento elegeu uma figura da extrema direita como líder pela primeira vez em outubro, após a vitória histórica do Partido da Liberdade (FPÖ) nas eleições legislativas de setembro. Esta legenda ficou de fora das negociações para formar um governo por falta de aliados.

Na França, uma frente republicana formada para as eleições legislativas impediu que o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional chegasse ao poder, mas desencadeou uma crise política.

A Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, venceu uma votação regional pela primeira vez em setembro e obteve votações históricas em outras duas.

Dezenas de cidades na Inglaterra e na Irlanda do Norte foram abaladas por atos contra a imigração alimentados por agitadores de extrema direita.

- A polêmica reeleição de Maduro na Venezuela -

O esquerdista Nicolás Maduro foi proclamado presidente reeleito da Venezuela para um terceiro mandato consecutivo (2025-2031) nas eleições de 28 de julho, um resultado avaliado pelo Tribunal Supremo de Justiça, embora a contagem detalhada dos votos ainda não tenha sido publicada, como estabelecido por lei.

Sua reeleição é contestada pela oposição liderada por María Corina Machado, que afirma ter uma cópia de mais de 80% dos registros de votação que publicou em um site para demonstrar o triunfo do seu candidato, Edmundo González Urrutia.

A proclamação de Maduro gerou protestos nos quais 27 pessoas morreram, incluindo dois militares, e outras 200 ficaram feridas. Foram cerca de 2.400 detidos, sendo 164 menores.

Em novembro, a Justiça concordou com a libertação de 225 presos, a maioria com medidas cautelares.

González Urrutia pediu asilo na Espanha em 8 de setembro, depois que um mandado de prisão foi emitido contra ele. Machado, a quem o Ministério Público iniciou uma investigação por "traição à pátria", continua na clandestinidade.

EUA, União Europeia e a maioria dos países latino-americanos não reconheceram a reeleição de Maduro. Washington acatou González Urrutia como "presidente eleito" da Venezuela em novembro, um passo seguido por Equador e Itália.

Maduro anunciou que assumirá seu novo mandato em 10 de janeiro. González Urrutia também declarou que tomará posse no mesmo dia na Venezuela.

Herdeiro político do líder socialista Hugo Chávez, Maduro assumiu a presidência pela primeira vez em 2013.

- Redes sociais monitoradas -

As práticas nas redes sociais foram monitoradas de perto em 2024.

Preso no final de agosto na França, o fundador e diretor-executivo do Telegram, Pavel Durov, foi acusado de rejeitar qualquer tipo de moderação em seu aplicativo de mensagens. A Justiça o censura pela passividade diante da divulgação de conteúdos criminosos.

O X, antigo Twitter, foi suspenso no Brasil por 40 dias em agosto, depois que seu proprietário, Elon Musk, se recusou a suprimir dezenas de contas da extrema direita acusadas de espalhar desinformação. O serviço foi reativado em outubro, após a plataforma atender às exigências do Supremo Tribunal Federal relacionadas ao combate à desinformação.

Nos Estados Unidos, uma lei votada em abril obriga o proprietário chinês do TikTok a ceder esta rede social antes de 19 de janeiro. Segundo Washington, a plataforma permite às autoridades chinesas recolher indevidamente dados de usuários americanos. Caso a empresa não cumpra tal medida, o aplicativo será banido nos EUA.

- Taylor Swift mania -

A cantora americana Taylor Swift continuou sua gigantesca turnê mundial Eras, que já ultrapassou a barreira simbólica de um bilhão de dólares (R$ 5,5 bilhões na cotação atual) em receitas no final de 2023.

Este valor, que já representa um recorde, pode duplicar para 2 bilhões de dólares (R$ 11 bilhões) ao fim da turnê em dezembro no Canadá, segundo a revista profissional americana Pollstar.

Depois de percorrer os Estados Unidos e a América Latina em 2023, "Taylormania" conquistou Tóquio, Sydney, Paris, Madri e Londres este ano.

Na etapa final de sua passagem pela Europa, a cantora teve que cancelar três shows em Viena após o anúncio de um projeto de ataque suicida.

F.Enfield--MC-UK