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Astrônomos descobrem uma nova maneira de uma estrela morrer
Astrônomos descobrem uma nova maneira de uma estrela morrer / foto: كارل نوكس - مجموعة "نيتشر" للنشر/اف ب

Astrônomos descobrem uma nova maneira de uma estrela morrer

Um grupo de astrônomos afirma ter descoberto uma nova forma de uma estrela morrer, produto de um autêntico choque interestelar, segundo um estudo publicado na Nature.

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"Ao invés de um fim natural, as estrelas podem morrer em uma colisão", disse à AFP o professor Andrew Levan, da Universidade de Radboud (Holanda), autor principal desse estudo publicado recentemente.

Normalmente, o destino de uma estrela depende de sua massa. "As estrelas grandes acabam formando uma supernova (uma explosão gigantesca), e as de massa pequena, como o Sol, se apagam como uma anã branca, explicou o astrofísico.

Mais raramente, e sempre no caso das estrelas de nêutrons - uma das possíveis remanescentes de uma supernova, o outro é um buraco negro - podem se fundir quando estão em um sistema binário, como um par de objetos que nascem muito próximo um do outro.

Mas isso não foi o que aconteceu em outubro de 2019, quando aconteceu uma explosão de raios gama de energia colossal, procedente de uma galáxia distante em direção à constelação de Aquário.

Em função de sua duração, que vai desde menos de dois segundos até vários minutos, um evento desse tipo significa, respectivamente, a fusão de duas estrelas de nêutrons ou a explosão de uma grande supernova.

Esta explosão, batizada GRB191019, durou mais de um minuto, por isso, normalmente, pertencia à segunda categoria.

Mas os astrônomos não observaram sinais de supernova na galáxia na qual se originou a corrente e que se encontra a quase 2 bilhões de anos-luz da Terra.

Isso não é nada surpreendente, porque essa galáxia, muito antiga, já quase não gera mais estrelas e, por isso, certamente já não forma estrelas de grande massa que provavelmente terminariam em supernova.

Uma longa observação do evento revelou o mistério. Ocorreu a uma distância extremamente próxima do núcleo da galáxia, a menos de cem anos-luz.

A modo de comparação, o Sistema Solar está a aproximadamente 27.000 anos-luz da galáxia.

Esse núcleo galático "é uma região muito densa, que pode conter dezenas de milhões de estrelas, que podem colidir ou se espalhar", explica Andrew Levan.

Sobretudo porque os "objetos compactos" que a povoam, anãs brancas, estrelas de nêutrons e pequenos buracos negros, estão sujeitos à força gravitacional do buraco negro de enorme massa, que se esconde no centro da galáxia.

Isso levou à equipe internacional de pesquisadores concluir que os dois objetos celestes cuja colisão provocou a explosão de raios gama "se formaram em lugares diferentes entre si e se encontraram" no coração da galáxia.

Os astrônomos acreditam que tais colisões, cuja existência apenas foi assumida teoricamente, podem ocorrer de forma rotineira no tal entorno. Mas que sua observação se faz muito difícil porque os corações das galáxias são regiões cheias de poeira e gás.

E.M.Hall--MC-UK