Israel ataca rebeldes huthis do Iêmen e promete 'perseguir' seus líderes
Israel bombardeou, nesta sexta-feira (10), alvos dos rebeldes huthis no Iêmen, incluindo uma usina elétrica e dois portos, em resposta ao lançamento de mísseis e drones, e avisou que perseguirá os líderes desse grupo.
Os rebeldes huthis controlam Saná, a capital do Iêmen, e vastas áreas do país. Desde o início da guerra em Gaza, em outubro de 2023, este grupo aliado do Irã lançou dezenas de mísseis e drones contra Israel.
Os insurgentes afirmam que essas ações são uma demonstração de solidariedade com os palestinos.
"Há alguns instantes [...] caças atacaram alvos militares pertencentes ao regime terrorista huthi na costa ocidental e no interior do Iêmen", informou o Exército israelense em comunicado.
Esses ataques ocorreram após os militares israelenses interceptarem dois drones que, acredita-se, foram lançados a partir do Iêmen nesta semana.
O Exército israelense declarou que atingiu "infraestruturas militares na usina elétrica de Hizaz", que fornece energia central para os huthis, e estruturas militares nos portos de Hodeida e Ras Isa.
No comunicado, o Exército israelense afirmou que os bombardeios foram uma resposta aos ataques dos huthis contra Israel.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou em nota que está punindo os huthis por seus ataques recorrentes.
"Como prometemos, os huthis estão pagando, e continuarão a pagar, um alto preço por sua agressão", afirmou Netanyahu.
O premiê israelense afirmou que os huthis agiam como "um apoderado do Irã" e que servem aos "objetivos terroristas do eixo do Irã" no Oriente Médio.
- "Imunidade para ninguém" -
O Ministério das Relações Exteriores do Irã "condenou veementemente" os bombardeios, que classificou como "ataques brutais e sem precedentes".
Embora os danos costumem ser mínimos graças às defesas aéreas de Israel, os repetidos ataques hutis contra Israel têm perturbado consideravelmente a vida civil no país.
Em Jerusalém e Tel Aviv, as sirenes antiaéreas frequentemente forçam dezenas de milhares de pessoas a se abrigarem em refúgios antibomba.
Embora a maioria dos projéteis provenientes do Iêmen seja interceptada, um míssil feriu 16 pessoas em Tel Aviv em dezembro, de acordo com o exército e os serviços de emergência.
O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, afirmou que Israel vai "perseguir os líderes da organização terrorista huthi".
"O porto de Hodeida está paralisado e o de Ras Isa em chamas: não haverá imunidade para ninguém", afirmou em uma declaração em vídeo.
A emissora de televisão dos huthis, Al Masirah, reportou um morto e seis feridos.
Os participantes da marcha semana na capital do Iêmen em apoio aos palestinos relataram que ouviram explosões.
A Al Masirah informou que o porto de Hodeida, vital para as importações do Iêmen, foi atacado seis vezes, enquanto Ras Isa foi atingido por uma "série de incursões".
Os rebeldes huthis indicaram em um comunicado que nas últimas 48 horas haviam atacado Jafa, nome pelo qual se referem a Tel Aviv.
Os insurgentes, apoiados pelo Irã, também costumam atacar navios no Mar Vermelho e no Golfo de Áden, provocando represálias dos Estados Unidos e, em algumas ocasiões, do Reino Unido.
Antes dos ataques desta sexta-feira, Israel já havia bombardeado alvos huthis no Iêmen em várias ocasiões, inclusive na capital.
C.Griffiths--MC-UK