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Centenas marcham por justiça após morte de manifestante detido na Argentina
Centenas marcham por justiça após morte de manifestante detido na Argentina / foto: ELENA BOFFETTA - AFP

Centenas marcham por justiça após morte de manifestante detido na Argentina

Centenas de pessoas participaram de uma marcha nesta sexta-feira (11) ao redor do Obelisco de Buenos Aires para pedir justiça após a morte de um manifestante detido na véspera durante um protesto contra as eleições primárias de domingo na Argentina.

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"Houve uma operação desmedida das forças repressivas contra um núcleo que nem sequer estava interrompendo a rua, o que indica que vieram provocar e claramente miraram em Facundo (Molares), militante com uma história revolucionária", disse à AFP Mirta Israel, uma atriz de 62 anos, que participou da passeata.

Em meio ao protesto, alguns encapuzados atiraram uma bomba incendiária na direção de um posto da polícia e pedras contra policiais, mas foram rapidamente isolados do restante dos manifestantes, que os denunciaram como infiltrados.

Os incidentes ocoreram a dois dias da realização das primárias de domingo, que vão definir os candidatos que irão disputar as eleições presidenciais de 22 de outubro.

O manifestante morto foi identificado como Facundo Molares, de 48 anos, um ativista argentino, ex-combatente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que esteve detido na Bolívia em 2019, durante o governo de Yanine Añez.

Sua morte ocorreu após ter sido detido e imobilizado no chão pela polícia juntamente com outros militantes de seu grupo político, o Rebelião Popular, que fizeram uma manifestação em frente ao Obelisco, convocando à abstenção eleitoral.

O ex-presidente boliviano Evo Morales expressou, nesta sexta-feira, sua "solidariedade e condolências à família e aos companheiros de luta do irmão Facundo Molares, que perdeu a vida em Buenos Aires em uma repressão policial".

Organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram "o uso intenso e irresponsável da força aplicada na repressão que culminou com a morte de Morales" e responsabilizaram a Prefeitura de Buenos Aires pelo ocorrido.

O prefeito Horacio Rodríguez Larreta, pré-candidato à Presidência pelo Juntos por el Cambio (oposição de centro direita), apoiou a polícia e assegurou que a morte ocorreu por uma "descompensação" do homem, devido a seus problemas de saúde.

No vídeo, a jornalista pede aos jornalistas que o virassem para cima "porque está ficando roxo".

As manobras de reanimação não tiveram sucesso e, após ter sido levado do local por uma ambulância, sua morte foi declarada.

W.Elffire--MC-UK