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Yellen: apoio à Ucrânia é compatível com ajuda aos países em desenvolvimento
Yellen: apoio à Ucrânia é compatível com ajuda aos países em desenvolvimento / foto: Punit PARANJPE - AFP

Yellen: apoio à Ucrânia é compatível com ajuda aos países em desenvolvimento

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, negou neste domingo (16), durante uma reunião do G7, que o apoio ocidental em larga escala à Ucrânia acontece em detrimento da ajuda aos países em desenvolvimento.

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"Rejeito a ideia de uma troca entre as duas questões", declarou Yellen em uma entrevista coletiva em Gandhinagar, oeste da Índia, onde aconteceu neste domingo uma reunião de ministros das Finanças do G7, antes de um encontro similar do G20 na segunda-feira e terça-feira.

Ela também argumentou que é prioritário redobrar o apoio à Ucrânia, porque "acabar com esta guerra é, antes de mais nada, um imperativo moral, "mas também é o melhor que podemos fazer para a economia mundial".

A invasão da Ucrânia pela Rússia - dois importantes produtores mundiais de grãos - teve um grande impacto na economia mundial no ano passado, com o aumento dos preços dos alimentos e da energia.

O ministro japonês das Finanças, Shunichi Suzuki, afirmou após a reunião que o G7 mantém o "apoio inabalável" à Ucrânia.

"Nós confirmamos que os ativos de propriedade da Rússia que estão sob a supervisão do G7 não serão transferidos até que a Rússia pague compensações à Ucrânia", disse Suzuki, para quem Moscou também deve "pagar os custos de reconstrução de longo prazo" do país vizinho.

Porém, a insistência no apoio a Kiev pode provocar incômodos para o país anfitrião do G20 este ano, a Índia, que não condenou a invasão russa. Muitos países do Sul Global, na Ásia, América Latina e África, também se negaram a tomar partido no conflito.

- A "profunda desconfiança" do Sul -

Ajay Banga, presidente do Banco Mundial, expressou preocupação durante a semana com a "profunda desconfiança" entre os países do Norte e do Sul, "no momento em que devemos estar unidos" para superar os desafios "interconectados" que são a luta contra a pobreza, o combate à mudança climática e a recuperação econômica pós-pandemia.

"A frustração do Sul Global é compreensível", escreveu em um artigo recente.

"Em muitos aspectos, os países estão pagando o preço da prosperidade de outros. Estão preocupados que os recursos prometidos sejam desviados para a reconstrução da Ucrânia", acrescentou.

Ansiosa para mostrar que os países mais ricos não poupam esforços em favor dos emergentes, Yellen mencionou neste domingo uma série de avanços e reformas em várias frentes relacionadas à ajuda ao desenvolvimento, que serão examinados no G20 Finanças de Gandhinagar.

Ela citou os esforços em curso para reformar os bancos multilaterais de desenvolvimento, começando pelo Banco Mundial, com o objetivo de aumentar sua eficiência e capacidade de empréstimos, assim como de orientar suas ajudas ao desafio representado pelo combate e adaptação à mudança climática.

A secretária do Tesouro também defendeu os avanços na reestruturação a dívida de países como Zâmbia. E disse que espera acordos similares em breve em favor de Gana e Sri Lanka.

A reunião dos ministros das Finanças em Gandhinagar também será a oportunidade para prosseguir com as negociações de um acordo internacional sobre o regime fiscal das empresas multinacionais.

Quase 140 países validaram um projeto preliminar neste sentido, mediado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), mas ainda existem pontos de divergência.

F.Corbyn--MC-UK