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Líderes africanos se preparam para encontrar Putin após Zelensky rejeitar sua mediação
Líderes africanos se preparam para encontrar Putin após Zelensky rejeitar sua mediação / foto: Sergei SUPINSKY - AFP

Líderes africanos se preparam para encontrar Putin após Zelensky rejeitar sua mediação

Uma delegação de dirigentes africanos se reúne neste sábado (17) com o presidente russo, Vladimir Putin, em São Petersburgo, um dia após sua proposta de mediação entre Moscou e Kiev ter sido rejeitada por Volodimir Zelensky.

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A delegação, liderada pelo presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, propôs na sexta-feira na capital ucraniana interceder para apaziguar o conflito e pediu "uma desescalada de ambos os lados".

O presidente ucraniano rejeitou a proposta, que descreveu como um "engano" de Moscou em meio a uma contraofensiva de suas tropas.

"Autorizar qualquer tipo de negociação com a Rússia, quando o ocupante está em nossas terras, equivaleria a congelar a guerra, congelar a dor e o sofrimento", declarou o presidente em entrevista coletiva conjunta com líderes africanos em Kiev.

A Otan elogiou essa mediação, mas alertou que apenas uma solução "justa" que reconhecesse a agressão russa funcionaria.

Putin, por sua vez, insistiu na sexta-feira que a contraofensiva não tem "nenhuma chance" de sucesso e não estava atingindo nenhum de seus objetivos.

- "Vergonha do povo judeu" -

Acusando novamente a Ucrânia de estar nas mãos de "neonazistas" para justificar a sua operação militar, o presidente russo disse que o seu homólogo ucraniano, de confissão judaica, é uma "vergonha" para aquele povo.

"Tenho muitos amigos judeus desde a minha infância. E eles me dizem que Zelensky não é judeu, mas a vergonha do povo judeu. Não estou brincando", disse Putin em um fórum econômico em São Petersburgo, ao qual a AFP não teve acesso por não estar credenciada.

A delegação africana é composta, além de Ramaphosa, pelo presidente senegalês, Macky Sall; o de Zâmbia, Hakainde Hichilema; e representantes congoleses, ugandenses e egípcios.

Em Kiev, logo após a chegada da comitiva africana na sexta-feira, um ataque com mísseis russos deixou pelo menos sete feridos, segundo a polícia.

"Os mísseis russos são uma mensagem para a África: a Rússia quer mais guerra, não paz", tuitou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

O continente africano foi duramente afetado pelo aumento dos preços dos alimentos, em decorrência da crise desencadeada pela oferta de grãos ucranianos e fertilizantes russos.

Putin tenta apelar aos líderes africanos, argumentando que a Rússia está lutando contra o imperialismo ocidental.

"O sistema internacional neocolonial (...) deixou de existir e o mundo multipolar, pelo contrário, está reforçado", disse o presidente na sexta-feira.

- "Sucesso relativo" -

A proposta de mediação africana coincide com o lançamento da contraofensiva das tropas ucranianas para tentar recuperar as áreas ocupadas pela Rússia desde a sua invasão, em fevereiro de 2022.

Moscou reitera que esta ofensiva é um fracasso, e Kiev garante que libertou um grupo de cidades e cem quilômetros quadrados de território, especialmente na frente sul.

"As forças ucranianas continuam realizando operações ofensivas e defensivas com relativo sucesso", disse Ganna Maliar, vice-ministra da Defesa da Ucrânia, na sexta-feira.

Em Bakhmut, no leste, "nossas tropas estão realizando ofensivas, tomando áreas de altitude e áreas de floresta para gradualmente expulsar o inimigo", acrescentou.

Esta informação não pôde ser verificada por fontes independentes no momento.

Segundo analistas militares, a Ucrânia ainda não lançou o grosso de suas tropas em sua contraofensiva e está testando os pontos fracos da defesa russa.

Putin anunciou na sexta-feira que a Rússia começou a transferir armas nucleares para o território aliado de Belarus.

"As primeiras ogivas nucleares foram transferidas para o território bielorrusso. São apenas as primeiras, mas antes do final do verão concluiremos o processo", afirmou.

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S.Robinson--MC-UK