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PF prende oficiais militares por suposto plano para matar Lula em 2022
PF prende oficiais militares por suposto plano para matar Lula em 2022 / foto: Ludovic MARIN - AFP

PF prende oficiais militares por suposto plano para matar Lula em 2022

A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (19), quatro oficiais militares, entre eles um ex-colaborador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por um suposto plano para matar, em 2022, o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e dar um golpe de Estado.

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Segundo um comunicado da Polícia Federal (PF), os suspeitos planejaram um "golpe de Estado" para impedir a posse de Lula e de previram seu "homicídio". Um agente da PF também foi preso.

Em um primeiro momento, uma fonte da instituição havia informado que os militares tinham sido presos no Rio de Janeiro, onde participavam da missão de segurança da reunião dos líderes do G20. No entanto, um comunicado do Exército desmentiu posteriormente esta informação.

O suposto plano, que os suspeitos chamaram de "Punhal Verde e Amarelo", seria executado em 15 de dezembro de 2022 e previa também matar o então vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), segundo o comunicado da Polícia Federal.

Dois meses antes, Lula venceu nas eleições presidenciais o ex-presidente Bolsonaro (2019-2022).

De acordo com o expediente policial ao qual a AFP teve acesso, a investigação determinou que o plano teria sido discutido em 12 de novembro na residência do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-chefe de Gabinete de Bolsonaro, e posteriormente seu candidato a vice em sua tentativa de reeleição.

Segundo o documento, Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, "provavelmente" esteve a par desta reunião.

De acordo com os investigadores, o planejamento dos detalhes da operação "Punhal Verde e Amarelo" teria sido impresso no Palácio do Planalto, sede da Presidência, enquanto Bolsonaro se encontrava no local.

Os suspeitos são o general da reserva Mário Fernandes, então chefe substituto da Secretaria Geral da Presidência na gestão de Bolsonaro, os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra Azevedo e Rafael martins de Oliveira, além do policial federal Wladimir Matos Soares.

Os quatro militares pertencem às forças especiais do Exército brasileiro, os chamados "kids pretos". Eles previam utilizar "técnicas operacionais militares avançadas" para executar o "golpe", além de instituir um "gabinete de crise" que eles próprios e outros oficiais integrariam.

Entre as opções para matar o presidente Lula, supostamente foram avaliadas "envenenamento ou uso de químicos para causar um colapso orgânico", segundo o processo policial.

Os suspeitos poderão enfrentar acusações de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.

Segundo as investigações, eles também planejaram o assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que teria sido alvo de monitoramento.

Foi o próprio Moraes, considerado por Bolsonaro seu inimigo político, a quem tachou de "ditador", quem emitiu as ordens de prisão desta terça-feira.

A Polícia Federal também faz outras investigações sobre supostos planos para impedir a posse de Lula.

Uma delas envolve diretamente Bolsonaro por uma suposta trama golpista, enquanto outra investiga os atos de 8 de janeiro de 2023, quando milhares de seus apoiadores atacaram as sedes dos Três Poderes em Brasília e causaram graves danos.

- Ataque fracassado em Brasília -

A operação desta terça-feira ocorre quase uma semana após um ataque fracassado contra o Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.

O autor do ataque, Francisco Wanderley Luiz, morreu em frente ao prédio após lançar explosivos caseiros que não deixaram outras vítimas.

O STF está localizado na Praça dos Três Poderes, onde também ficam o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional.

A PF investiga possíveis "conexões" do agressor com os atos de 8 de janeiro. O homem estava em Brasília naquela data e a PF investiga se ele participou dos atos.

E.Quill--MC-UK